Quarta-feira, 03 de Julho de 2024 - 00:00:00

SBC

MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Secretaria de Educação

EMEB: ______________________________________________ DATA: _____________

NOME: ________________________________________________TURMA:_________

 

 

MEU DIÁRIO 

VOCÊ JÁ PENSOU EM ESCREVER SUAS MEMÓRIAS? 

CAROLINA MARIA DE JESUS FOI UMA AUTORA QUE INICIOU ESCREVENDO SUAS MEMÓRIAS. 

  VAMOS CONHECÊ-LA MELHOR:

    Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais. Mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como empregada e catadora de papel para se sustentar e sustentar seus três filhos, que criava sozinha. Carolina escrevia sobre seu dia a dia na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo, até que, em 1958, conheceu o jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seus diários.

     Seu primeiro livro, Quarto de Despejo, publicado em 1960, vendeu dez mil cópias, em quatro dias, e 100 mil cópias, em um ano. Esse livro relata suas vivências na favela, sobre como sobrevivia à fome com seus filhos. Até hoje é um relato atual da condição de vida de muitas outras mulheres nas favelas do Brasil.

      Carolina frequentou escola até o segundo ano do Ensino Fundamental, onde aprendeu a escrever e ler, no entanto, vinda de família muito humilde e sem letramento, em sua casa não havia livros que a futura escritora pudesse ler. Muito empolgada com a nova habilidade de leitura, acabou procurando livros com sua vizinha. Foi quando teve acesso à Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães.


Fonte: https://www.portugues.com.br/literatura/carolina-maria-de-jesus.html

 

 

AGORA LEIA O TRECHO DO LIVRO QUARTO DE DESPEJOS. 

    Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. ...Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

     – Viva a mamãe!

      A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

       – “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude catar papel. Agradeço, Carolina”.

...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

     E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

     15 de maio. Tem noite que eles improvisam uma batucada e não deixa ninguém dormir. Os visinhos de alvenaria já tentaram com abaixo assinado retirar os favelados. Mas não conseguiram. Os visinhos das casas de tijolos diz

    – Os políticos protegem os favelados.

     Quem nos protege é o povo e os Vicentinos. Os políticos só aparecem aqui    nas epocas eleitoraes. O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953 passava os domingos aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tomava nosso café, bebia nas nossas xicaras. Ele nos dirigia as suas frases de viludo. Brincava com nossas crianças. Deixou boas impressões por aqui e quando candidatou-se a deputado venceu. Mas na Câmara dos Deputados não criou um progeto para beneficiar o favelado. Não nos visitou mais.

Fonte: http://www.letras.ufmg.br/literafro/24-textos-das-autoras/63-carolina-maria-de-jesus-13-de-maio

VEJA QUE CAROLINA FALA DO TEMPO, DOS SEUS SENTIMENTOS, DOS SEUS PENSAMENTOS, DO SEU DIA-A-DIA, DA SUA DURA REALIDADE.

COMO É POSSÍVEL VER NO VÍDEO, CAROLINA É UMA INSPIRAÇÃO PARA TODOS NÓS, MESMO COM POUCO ESTUDO, ESCREVIA MUITO E SEUS ESCRITOS TORNARAM-SE LIVROS QUE RETRATAM A REALIDADE DE UMA ÉPOCA.

AQUI CONVIDAMOS A ESCREVER TAMBÉM SOBRE VOCÊ, NESSE MOMENTO DE PANDEMIA, QUE SENTIMENTOS TEM, QUE PENSAMENTOS, COMO ESTÁ O SEU DIA-A-DIA. ESTAMOS VIVENDO UM MOMENTO MUITO DIFERENTE, TANTO QUE AS PESSOAS DAQUI A 30 ANOS VÃO QUERER SABER COMO ERA, COMO FOI, E VOCÊ TERÁ A OPORTUNIDADE DE REGISTRAR ESSA FASE DA HISTÓRIA DO MUNDO PELOS SEU OLHAR. 

VAMOS COMEÇAR? VOCÊ PODE UTILIZAR O VERSO OU FOLHA AVULSA.

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